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Totem da Serpente Emplumada

SERPENTE EMPLUMADA; O SIMBOLISMO EM DIFERENTES CULTURAS E SIGNIFICADOS.



Quetzalcoatl, a Serpente Emplumada, é um arquétipo universal, carregado de cosmologias profundas e de simbolismos presentes em todas as culturas antigas. A Águia devorando uma serpente é o grande símbolo da nação mexicana até os dias de hoje, uma variação de Quetzalcoatl. Da cabeça decepada da Medusa, cheia de serpentes, nasceu Pégaso, o cavalo alado, outra variação dentro da mitologia grega. O dragão-bem, dragão da sorte chinês, é uma serpente alada. Em geral, a mitologia dos DRAGÕES são versões, todas elas, do conceito da Serpente Emplumada. A serpente de bronze, que Moisés elevou no cajado, é outro arquétipo da serpente emplumada. Os signos egípcios de URAEUS, ISIS e outros emblemas reais com cobras aladas, é outra referência importante. E o Caduceu de Mercúrio, com suas duas serpentes e asas? Símbolo da transmutação universal, da matéria convertida em energia, a serpente que morde a cauda, a matéria que se converte em energia, e a energia que volta a se congelar em matéria, e o ciclo é inventado... A simbologia maia da Cascavel, que troca de pele anualmente e renasce a cada ciclo solar, é bastante direta nesse ensinamento.

A serpente é um signo dual, sabedoria e morte, veneno ou cura, ascensão ou queda, a serpente-onda é como a energia, neutra, depende de como você lida com ela. Por isso, ela é ambivalente em todas as culturas, maldita ou sagrada, sábia ou enganadora, poderosa ou letal. Te salva ou te condena. Símbolo da energia sexual humana (no contexto do corpo físico) o seu ensinamento é o da transmutação em energia mental, essa é a chave mais precisa do caduceu de Mercúrio. Todos os mestres foram serpentes emplumadas dentro desta alegoria, e como Moisés, levantaram a serpente no deserto e nasceram outra vez, conforme o diálogo de Jesus e Nicodemos (João 3: 14).



Quetzalcoatl para os astecas, Kukulcan para os Maias, o significado é o mesmo. Um mestre do tempo, um líder venusiano que assumiu diversos nomes entre todos os povos da América pré-colombiana que visitou, mas não obstante, o mesmo ser de luz, encarnação da civilização venusiana que sempre esteve presente entre nós, desde o passado remoto. Os Anjos de Jeová, sempre interagindo com os humanos, eram também encarnações venusianas. O símbolo da Estrela da Manhã está em tudo. Lúcifer caído? Certamente. Mas Vênus assume duas posições no céu, matutina e vespertina. Se Lúcifer é Vésper caindo no ocidente, Cristo é a Dalva, subindo na manhã, como ele diz de si mesmo no Apocalipse: Eu Sou a Estrela resplendente da Manhã! O Bem e o Mal, e voltamos à ambiguidade da serpente; da força, do poder e da energia nascem anjos ou demônios, Cristos ou Lucíferes, ungidos do Pai ou rebeldes da Ordem, conforme a direção que a mente dá àquela energia, serpente. Ela ganha asas nos Anjos, mas se cobre de chifres e escuridão nos rebeldes, perdidos e escravos do desejo e do poder. Tudo é simbologia, que se torna clara e compreensível quando o conhecimento é vertido do símbolo fechado como a água que brota da rocha dura.



Portanto, Quetzalcoatl é um arquétipo universal, que assumiu essa identidade na Mesoamérica, mas que esteve em toda a Terra, civilizando os povos com a ciência das estrelas. Logicamente, os maias são, como os egípcios antigos, um povo sagrado, especial. Entre as duas culturas, os inúmeros paralelos nos dão a certeza de uma origem comum de todas estas ciências: tanto os maias como os egípcios tinham pirâmides e deuses do submundo, tinham conhecimentos em código (hieróglifos) e serpentes com asas, tinham Vênus como símbolo da luz e deuses advindos daquela morada... Toth egípcio é a própria Serpente Alada do Egito, o equivalente de Quetzalcoatl nas terras de Kem ou Mizraim, conforme a Bíblia.

A serpente emplumada era uma entidade sobrenatural proeminente em muitas religiões mesoamericanas. Era chamado de Quetzalcóatl entre os astecas, Kukulkán entre os iucatecas maias e Q'uq'umatz (e Tohil) entre os k'iche 'maias. O duplo simbolismo é considerado alegórico à natureza dual da divindade: ser emplumado representa sua natureza divina ou capacidade de voar (para alcançar os céus) e ser uma serpente representa sua capacidade de rastejar na Terra. As penas representam a liberdade de ir entre os mundos. Os pássaros são os únicos animais que têm liberdade de manobra entre todos os elementos, ar, terra e também por um pouco de água. A mitologia maia descreve as serpentes como sendo os veículos pelos quais os corpos celestes, como o sol e as estrelas, cruzam os céus. E eles são um veículo para a ressurreição humana.

O registro mais antigo da serpente emplumada está representado na Estela 19, no sítio olmeca de La Venta, construído em 900 aC.

Os astecas acreditavam que viviam sob o sol de Quetzalcoatl, o deus serpente emplumada, deus da criação, da aprendizagem e do vento. O sol se move levado por sua respiração. Quando os guerreiros morrem, suas almas se transformam em raras aves emplumadas e voam para o sol.

Quetzalcoatl era o rei da Cidade dos Deuses. Era totalmente puro, inocente e bom. Nenhuma tarefa era humilde demais para ele. Ele até varria os caminhos para os deuses da chuva, para que eles pudessem chegar a fazer chover.

Seu irmão esperto era Tezcatlipoca, o deus dos guerreiros, do céu noturno e do raio. Seu nome significa "espelho de fumaça" e vem do espelho mágico no qual ele podia ver tudo e ler o pensamento dos outros.

Tezcatlipoca ficava furioso com tanta bondade e perfeição de seu irmão. Com alguns amigos decidiu pregar uma peça em Quetzalcoatl e transformá-lo em um velhaco preocupado apenas com seu prazer. "Vamos dar a ele um corpo e cabeça humanos", disse. E mostraram a Quetzalcoatl seus novos traços em um espelho de fumaça.

Quando Quetzalcoatl olhou no espelho e viu sua face, foi possuído por todos os desejos terrenos que afligiam a humanidade. Gritou de horror. "Já não posso mais ser rei. Não posso aparecer assim diante do meu povo".



Ele chamou o coiote Xolotl, o deus asteca da estrela da noite; seu nome significa "gêmeo", e muitas vezes ele é chamado de duplo de Quetzalcoatl. O coiote lhe fez um manto de plumas verdes, vermelhas e brancas do pássaro Quetzal. Também fez uma máscara turquesa, uma peruca e uma barba de penas azuis e vermelhas. Pintou de vermelho os lábios do rei, de amarelo sua testa e pintou seus dentes para que parecessem os de uma serpente. E assim Quetzalcoatl ficou disfarçado de serpente emplumada.

Mas Tezcatlipoca tinha pensado em uma nova peça para pregar em seu irmão. Ofereceu-lhe vinho, dizendo que era uma poção para curar seu problema. Quetzalcoatl, que nunca havia bebido álcool antes, ficou bêbado. Quando já estava em estupor, Tezcatlipoca persuadiu-o a fazer amor com sua própria irmã, Quetzalpetatl.

Quando Quetzalcoatl acordou, ficou amargamente envergonhado com o que tinha feito. "Este é um mau dia", disse e resolveu morrer. Quetzalcoatl ordenou a seus servos que fizessem uma caixa de pedra, e ficou dentro dela quatro dias. Depois se levantou e pediu aos servos para encher a caixa com todos os seus maiores tesouros e depois selá-la.

Foi até o mar e lá colocou seu manto de plumas de Quetzal e sua máscara de turquesa. E pôs fogo em si mesmo e queimou até que só restassem cinzas na praia. Dessas cinzas, aves raras se levantaram e voaram para o céu.

Quando Quetzalcoatl morreu, a aurora não se levantou por quatro dias, pois ele tinha descido para a terra dos mortos com seu duplo, Xolotl, para ver seu pai, Mictlantecuhtli. Ele disse a seu pai, o Senhor dos Mortos, "Vim buscar os preciosos ossos que o senhor tem aqui para povoar a Terra".

E o Senhor dos Mortos respondeu: "Está bem".

Quetzalcoatl e Xolotl pegaram os ossos preciosos e voltaram à terra dos vivos. Quando a aurora se levantou outra vez, Quetzalcoatl borrifou seu sangue sobre os ossos e deu-lhes vida. Os ossos se transformaram nas primeiras pessoas.

Quetzalcoatl ensinou à Humanidade muitas coisas importantes. Ele encontrou o milho, que as formigas tinham escondido, e roubou um grão para dar ao povo que tinha criado para que eles pudessem cultivar seu próprio alimento.

Ensinou-lhes a polir o jade, a tecer e a fazer mosaicos. O melhor de tudo, ensinou-lhes a medir o tempo e a entender as estrelas, e distribuiu o curso do ano e das estações.

Finalmente, chegou o tempo de Quetzalcoatl deixar os humanos cuidarem-se de si mesmos. Quando a aurora surgiu, no céu apareceu a estrela Quetzalcoatl, que conhecemos como Vênus. Por essa razão, Quetzalcoatl é conhecido como o Senhor da Aurora. Alguns dizem que Quetzalcoatl partiu para o leste em uma jangada de serpentes e um dia retornará.



O último chefe azteca, Montezuma, usava como enfeite um Toucado de Penas do pássaro Quetzal. Em 1519, ele deu este toucado ao aventureiro espanhol, Cortez, pensando que era Quetzalcoatl que havia retornado. Dois anos mais tarde, o espanhol conquistou o seu império.

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